O Manual de Políticas do LACNIC (seção 0.9) atualmente proíbe a subdesignação de endereços IPv4 a terceiros fora da infraestrutura própria do receptor.
No contexto do esgotamento do IPv4, esta restrição levou a práticas informais de "aluguel" de endereços sem deixar um registro da operação, com os inconvenientes resultantes que isso acarreta, incluindo a possibilidade de vazamento de recursos para outros RIR por meio de transferências.
Os pequenos ISP são, embora não exclusivamente, as principais vítimas do esquema atual.
Esta proposta cria um mecanismo transparente, com responsabilidades claramente definidas, para permitir a subdesignação de IPv4, oferecendo uma alternativa que se alinhe com nossas políticas e forneça uma estrutura regulamentada para práticas que atualmente existem sem controle.
As diretrizes originais enviadas à lista em agosto de 2025 e que receberam comentários da comunidade foram analisadas, e a maioria delas foi incorporada à proposta em maior ou menor grau.
Propõe-se fazer uma modificação no ponto 0.9 e adicionar uma seção nova para este tipo de subdesignações.
Justificativa(Descrever o problema que deseja solucionar)Embora os autores não apoiemos o aluguel de endereços, acreditamos imprescindível abordar essa questão, uma vez que é uma realidade com efeitos indesejáveis, como a desatualização do registro e o vazamento de endereços para outros RIR.
Somos cientes de que não podemos cobrir todos os cenários possíveis, por isso propomos um mecanismo que incentive a regularização para aqueles que desejam cumprir as políticas, mesmo sabendo que nem todos irão adotá-lo. Contudo, esse cenário é preferível ao atual.
Além disso, o esquema busca facilitar o acesso dos pequenos ISP aos recursos IPv4 dentro da região, em condições que esperamos sejam mais acessíveis.
A adoção desta política trará benefícios concretos para a comunidade:
• Transparência, por meio do registro no WHOIS.
• Rastreabilidade, através de um registro público de movimentos.
• Segurança, oferecendo um quadro formal dentro da estrutura de nossas políticas.
• Prevenção da especulação por meio da restrição da subdesignação de blocos recém transferidos ou recuperados durante um período inicial de três (3) anos.
0.9 Designar
Designar significa delegar espaço de endereços a um usuário final, para seu uso exclusivo dentro da infraestrutura que opera, bem como para fins de interconexão.
A designação de espaço de endereços é apenas para ser usada pelo receptor original da referida designação, bem como para dispositivos de terceiros, desde que estes estejam operando dentro da referida infraestrutura.
Portanto, não são permitidas subdesignações a terceiros fora da referida infraestrutura (por exemplo, o uso de designações de usuários finais para ISP ou clientes semelhantes) e o fornecimento de endereços a terceiros em centros de dados (e semelhantes).
Modificação do ponto 0.9 (existente)
0.9 Designar
Designar significa delegar espaço de endereços a um usuário final, para seu uso exclusivo dentro da infraestrutura que opera, bem como para fins de interconexão.
A designação de espaço de endereços é apenas para ser usada pelo receptor original da referida designação, bem como para dispositivos de terceiros, desde que estes estejam operando dentro da referida infraestrutura.
Não é permitida a subdesignação a terceiros fora da infraestrutura própria do receptor original, exceto nos casos previstos na seção 2.3.2.19.
Texto novo (nova seção)
2.3.2.19 – Subdesignação de recursos IPv4 para terceiros
2.3.2.19.1. Âmbito de Aplicação
Esta política se aplica exclusivamente à subdesignação de recursos IPv4.
2.3.2.19.2. Condições e Requisitos
a. A organização receptora deverá ter pelo menos um ASN e endereçamento IPv6 designado pelo LACNIC.
b. O tamanho mínimo será /24 e o máximo /21.
c. A organização receptora deverá demonstrar o uso ou a necessidade imediata de pelo menos 25% do bloco subdesignado, e apresentar um plano detalhado para atingir 50% de uso em um ano. O LACNIC poderá solicitar informações adicionais caso considere necessário para validar a justificativa.
2.3.2.19.3. Transparência e Rastreabilidade
a. Identificação no WHOIS: Cada subdesignação deverá ser registrada no banco WHOIS do LACNIC, vinculando o bloco de endereços ao ASN do receptor.
b. Registro público de movimentos: Um registro público será criado e mantido para fornecer rastreabilidade aos eventos de início e término de cada subdesignação, identificando o bloco de endereços, o ASN do receptor, a data e o tipo de evento (início da subdesignação ou término da subdesignação).
2.3.2.19.4. Responsabilidade pelos recursos
A responsabilidade final pelo uso dos endereços IP sempre caberá à organização associada do LACNIC que realiza a subdesignação. Em caso de uso indevido pelo receptor, a organização membro deverá finalizar a subdesignação; a não observância poderá resultar na revogação dos recursos pelo LACNIC, de acordo com as políticas em vigor.
2.3.2.19.5. Mecanismo antiespeculação
Os blocos IPv4 recebidos por transferência (seção 2.3.2.18) ou do pool de recursos recuperados do LACNIC não poderão ser subdesignados sob esta modalidade por um período de três (3) anos a partir de seu recebimento.
As diretrizes para esta proposta foram compartilhadas com a lista no início de agosto. Aí recebemos vários comentários que levamos em consideração.
Alguns desses comentários foram incorporados diretamente, outros foram incorporados por meio de uma nova proposta da nossa parte e alguns não foram levados em consideração simplesmente porque não os consideramos apropriados. No entanto, tudo foi analisado e agradecemos a contribuição da comunidade.
- O prazo foi alterado de 5 para 3 anos.
- Foi adicionado um /21 como tamanho máximo para esse tipo de subdesignação.
- Foi adicionado o requisito de que o receptor deve ter IPv6 designado para acessar esse tipo de subdesignação.
- Nenhuma referência a recursos legados foi incluída no texto.
- O mecanismo de justificação foi modificado para ser consistente com um dos que já temos no manual.
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Referências-
Apresentada em:LACNIC 44 (08/10/2025)
El Manual de Políticas de LACNIC (sección 0.9) prohíbe actualmente la subasignación de direcciones IPv4 a terceros fuera de la infraestructura propia del receptor.
En el contexto de agotamiento de IPv4, esta restricción ha derivado en prácticas incorrectas y no aceptables de “alquiler” de direcciones sin dejar registro de la operación, con los consecuentes inconvenientes que esto acarrea, incluyendo la posibilidad de fuga de recursos hacia otros RIRs a través de transferencias.
Los pequeños ISPs son, aunque no exclusivamente, los principales perjudicados bajo el esquema actual.
Esta propuesta crea un mecanismo transparente para realizar subasignaciones de direcciones IPv4 a terceros fuera de la infraestructura propia para los titulares de recursos en la región, que mantengan una relación contractual vigente con LACNIC o su NIR, ofreciendo una alternativa regulada y trazable.
La propuesta busca además apelar a definiciones y mecanismo ya preexistentes en el manual con el objetivo de mantener consistencia con las definiciones previamente aceptadas por la comunidad.
Si bien los autores no estamos a favor del alquiler de direcciones, consideramos imprescindible abordar este tema dado que constituye una realidad con efectos no deseados, como la desactualización del registro y la fuga de direcciones hacia otros RIRs.
Somos conscientes de que no podemos abarcar todos los posibles escenarios, por lo que proponemos un mecanismo que permita la regularización de quienes deseen cumplir con las políticas.
Adicionalmente, el esquema busca, sin por ello excluir a otros, facilitar el acceso de los pequeños ISPs a recursos IPv4 dentro de la región, en condiciones que esperamos sean más asequibles.
La adopción de esta política aportará beneficios concretos a la comunidad:
- Transparencia, mediante el registro en WHOIS.
- Trazabilidad, a través de una bitácora pública de movimientos.
- Seguridad, ofreciendo un marco formal que evite acuerdos opacos.
- Prevención de la especulación, al establecer restricciones detalladas en el punto 2.3.2.19.5
0.9.Asignar
Asignar significa delegar espacio de direcciones a un usuario final, para su uso exclusivamente dentro de la infraestructura que opera, así como para fines de interconexión.
La asignación de espacio de direcciones es sólo para el uso por el receptor original de dicha asignación, así como para dispositivos de terceros, siempre y cuando estén operando dentro de dicha infraestructura.
No está permitida, por tanto, la subasignación a terceros, fuera de dicha infraestructura (por ejemplo, el uso de asignaciones de usuario final para clientes de un ISP o similares), ni proporcionar direccionamiento a terceros en data-centers (y similares).
Modificación de punto 0.9 (existente)
0.9.Asignar
Asignar significa delegar espacio de direcciones a un usuario final, para su uso exclusivamente dentro de la infraestructura que opera, así como para fines de interconexión.
La asignación de espacio de direcciones es sólo para el uso por el receptor original de dicha asignación, así como para dispositivos de terceros, siempre y cuando estén operando dentro de dicha infraestructura.
No está permitida la subasignación a terceros fuera de la infraestructura propia del receptor original (por ejemplo, el uso de asignaciones de usuario final para clientes de un ISP o similares), ni proporcionar direccionamiento a terceros en data-centers (y similares), excepto en los casos previstos en la sección 2.3.2.19
Texto Nuevo (Nueva sección)
2.3.2.19 – Sub-asignación de Recursos IPv4 a Terceros
2.3.2.19.1. Ámbito de Aplicación
a. Las subasisgnaciones bajo el apartado 2.3.2.19 aplican exclusivamente a subasignaciones de recursos IPv4.
b. Quedan excluidos de este tipo de subasignaciones todos los recursos IPv4 asignados por LACNIC para infraestructura crítica según las políticas vigentes.
2.3.2.19.2. Condiciones y Requisitos
a. Las subasignaciones bajo esta modalidad deberán destinarse exclusivamente al uso dentro de la región de cobertura de LACNIC.
b. La organización receptora deberá contar al menos con un ASN y direccionamiento IPv6 asignado por LACNIC.
c. La organización que realice la subasignación deberá ser titular de recursos en la región de LACNIC y tener contrato de servicio vigente con LACNIC o su NIR correspondiente de la región.
d. El tamaño mínimo será un /24 y el máximo un /22, alineado al mecanismo de distribución inicial a ISPs del punto 2.3.3.1.1 del presente manual.
e. La organización receptora deberá justificar la necesidad del bloque solicitado mediante una descripción de su uso actual y previsto, demostrando la utilización o necesidad inmediata de al menos el 25% del espacio solicitado y la proyección de uso de al menos el 50% del bloque dentro de un plazo razonable que, en ningún caso, podrá exceder de un (1) año, alineado a los mecanismos definidos en el manual bajo el punto 2.3.3.1.1. LACNIC podrá requerir información adicional o establecer revisiones periódicas para verificar el uso efectivo del bloque, conforme a sus procedimientos vigentes.
2.3.2.19.3. Transparencia y Trazabilidad
a. Identificación en WHOIS: Cada sub-asignación deberá registrarse en la base WHOIS de LACNIC, vinculando el bloque de direcciones con el ASN del receptor.
b. Bitácora Pública de Movimientos: Se creará y mantendrá una bitácora pública para dar trazabilidad a los eventos de inicio y fin de cada subasignación. Deberá incluir el bloque subasignado, el ASN del receptor, la fecha del evento y el tipo de evento (inicio/fin). No se incluirán datos sensibles ni información operativa fuera de lo estrictamente necesario para garantizar los objetivos de transparencia y trazabilidad.
2.3.2.19.4. Responsabilidad sobre los Recursos
a. La responsabilidad final sobre el uso de las direcciones IP recaerá siempre en la organización miembro de LACNIC que realiza la sub-asignación. siendo esta responsable de terminar con la subasignación si la parte receptora incumpliera con las obligaciones que este manual define.
b.. De no hacerlo, será susceptible de revocación de recursos por parte de LACNIC, según las políticas vigentes para sus miembros.
2.3.2.19.5. Restricciones asociadas a la subasignación de IPv4 a terceros.
a. Los bloques subasignados bajo esta modalidad no podrán ser subasignados nuevamente bajo esta misma modalidad por el receptor.
b. Los bloques IPv4 obtenidos mediante asignación o distribución directa desde LACNIC o mediante una transferencia no podrán ser objeto de subasignación bajo esta modalidad durante un período de tres (3) años a partir de su recepción.
c. Las organizaciones que subasignen direcciones IPv4 bajo esta modalidad no podrán solicitar nuevos bloques IPv4 ni ser destinatarios de transferencias de bloques IPv4 durante un período de tres (3) años desde la fecha de su última subasignación.
Como es de conocimiento de los integrantes de esta lista, la versión 1 de nuestra propuesta no alcanzó consenso, En virtud de ello, los autores decidimos revisar los comentarios de la lista y del foro público y tratar de incorporar las sugerencias, siempre respetando el espíritu inicial de nuestra propuesta.
Creemos haber encontrado un equilibrio entre ese espíritu original y sus aportes, y es por ello que procedimos a publicar la nueva versión.
El trabajo no fue fácil. Ponernos en los zapatos de los que aportaron ha sido enriquecedor. Esperamos que esta nueva versión sea valorada por aquellos que con sus comentarios aportaron a la misma.
Finalmente, si bien los cambios son varios, todos ellos han resultado en incorporar detalles al texto original y no hemos cambiado ni el espíritu ni la estructura de la propuesta.
A continuación destacamos los cambios principales:
1- Se reescribió la cláusula 0.9 respetando el contenido original del manual.
2- Se excluyeron de esta propuesta en forma explícita los recursos pertenecientes al pool reservado para infraestructura crítica
3- Se incorporó explícitamente que el uso de los recursos considerados en este tipo de subasignación debe ser usado 100% dentro de la región,
4- En condiciones y requisitos hemos incorporado el concepto de titular de recursos y la necesidad explícita de tener contrato de servicio con LACNIC o el NIR.
5- Se cambió el tamaño máximo de /21 a /22 para alinear al punto 2.3.3.1.1 del manual del cual también se desprende el mecanismo de justificación.
7- Se especificó la información requerida para la bitácora.
8- Hemos mejorado los mecanismos anti especulación, los cuales pasamos a llamarlos restricciones que creemos que mejora la redacción.
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Referências-
Apresentada em:-